Escrito por 09:05 Justiça

Empresa sob investigação por fraude em exames admissionais para merendeiras e cozinheiras no RS

Porto Alegre/RS – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quarta-feira (25) a Operação Prontuário Replicado, destinada a investigar a empresa Portal Terceirização de Serviços de Mão de Obra Ltda, suspeita de fraudar exames admissionais de merendeiras e cozinheiras contratadas para atuar em escolas estaduais do RS.

A empresa, que desde 2022 recebeu R$ 8,5 milhões por serviços prestados ao governo do Estado, é acusada de realizar exames de maneira irregular, por meio de simples preenchimento de fichas por aplicativo de mensagem, sem avaliação ou atendimento médico presencial. Os laudos, obrigatórios para habilitação nos contratos, seriam adulterados com assinatura digital falsa de uma profissional de saúde, prática confirmada por perícia do Instituto-Geral de Perícias.

A investigação, conduzida pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Contra a Administração Pública Municipal, teve como base denúncias encaminhadas pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL). Os contratos sob suspeita, no valor total de aproximadamente R$ 23 milhões, referem-se a serviços de merendeiras e cozinheiras prestados em Passo Fundo e Pelotas, no ano de 2023.

A Polícia Civil apurou que as instruções para realizar os exames eram encaminhadas por WhatsApp às candidatas às vagas, sob orientação de uma suposta clínica. No entanto, não havia atendimento médico efetivo e uma das clínicas citadas chegou a informar às autoridades não reconhecer a emissão dos laudos. Os telefones usados para contato pertenceriam à ex-companheira do sócio da Portal Terceirização, ambos alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira.

A empresa e demais envolvidos são investigados por fraude em licitação e organização criminosa. Os mandados de busca foram cumpridos em cinco endereços ligados ao caso, em Porto Alegre e Canoas, para coletar elementos que possam confirmar e detalhar a prática criminosa.

Foto: Polícia Civil / Divulgação

Com informações de GZH