Manifestação ocorrerá na próxima segunda-feira (16) com bloqueios em rodovias e forte adesão de diversos setores da sociedade
Na próxima segunda-feira, 16 de junho, o Rio Grande do Sul será palco de uma paralisação geral organizada por produtores rurais que enfrentam uma grave crise financeira. A mobilização, marcada para iniciar às 8h, prevê bloqueios em rodovias estaduais e federais em diferentes regiões do estado, com foco na cobrança por políticas públicas que atendam às demandas do setor agropecuário.
A principal reivindicação é a securitização das dívidas rurais, proposta que busca transformar os débitos dos produtores em títulos refinanciáveis, com prazos mais longos e condições que permitam a continuidade da produção no campo.
“Estamos lutando por dignidade. Queremos apenas condições para seguir trabalhando e alimentando o país”, declarou um dos líderes do movimento, que preferiu não se identificar.
Bloqueios e organização
A ação contará com interdições em pontos estratégicos das rodovias, com liberação garantida apenas para veículos de emergência e serviços essenciais. Por volta do meio-dia, está prevista a abertura temporária dos bloqueios, em um gesto de respeito à população e ao direito de ir e vir.
Até o momento, os seguintes pontos de mobilização já estão confirmados na região norte do estado:
- ERS-324, em Três Palmeiras
- ERS-324, em Pontão
- ERS-569, no entroncamento com a BR-386, em Sarandi
Outros locais podem ser incluídos nas próximas horas, conforme a adesão de mais grupos.
Impacto vai além do campo
Segundo os organizadores, a crise que atinge o setor agrícola afeta diretamente toda a cadeia produtiva e coloca em risco a segurança alimentar. Com os recorrentes prejuízos causados por estiagens, aumento nos custos e restrições no crédito rural, muitos agricultores estão enfrentando a insolvência e temem o abandono da atividade.
Além dos produtores, a mobilização conta com apoio de caminhoneiros, comerciantes, cooperativas, sindicatos e entidades representativas, além de pedidos para que autoridades municipais, estaduais e federais se manifestem e dialoguem com os representantes do setor.
“O êxodo rural já é uma realidade. Se não houver resposta rápida, corremos o risco de perder não só pequenas propriedades, mas também o equilíbrio econômico das comunidades que dependem do campo”, alertou um produtor da região de Sarandi.
A expectativa é de que a manifestação tenha grande repercussão e pressione os governos estadual e federal a iniciar um processo de negociação com medidas emergenciais para o setor agropecuário gaúcho.
Foto: Rafael Moro/Especial Rádio Alto Uruguai
Com informações da Rádio Máxima FM