O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), investiga empresários da região de São Gabriel suspeitos de envolvimento em um esquema de sorteios fraudulentos de veículos pela internet. Segundo as apurações, revendas de carros também eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

Na manhã desta sexta-feira (29), foram cumpridas 23 ordens judiciais em São Gabriel, Cruz Alta, Ijuí e Lagoa Vermelha. Entre elas, 16 mandados de busca e apreensão em residências, revendas de automóveis e no presídio de São Gabriel, além de sete medidas cautelares, incluindo quebras de sigilo de dados, bloqueio de bens e ativos financeiros que ultrapassam R$ 5,5 milhões.
Ao todo, 44 veículos relacionados ao esquema já foram identificados, sendo que 24 foram apreendidos pela Justiça.
Sete pessoas estão na mira da investigação: dois empresários do ramo automotivo com atuação no Norte e Noroeste do estado, dois traficantes — um deles já preso — e três familiares de um deles. Eles são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, estelionato, organização criminosa e crime contra a economia popular.
Sorteios fraudulentos
De acordo com o MP, os suspeitos realizavam sorteios falsos de veículos pela internet, com bilhetes vendidos via PIX. Após a divulgação dos resultados, vídeos de supostos ganhadores eram publicados nas redes sociais, mas os carros permaneciam circulando entre revendas ligadas aos próprios organizadores.
“Eles utilizam links que direcionam para plataformas de sorteios. A prática demonstra uso irregular da estrutura empresarial, em desacordo com a legislação que regula promoções comerciais”, afirmou o promotor João Afonso Beltrame.

Início das investigações
As investigações tiveram início em janeiro de 2024, após informações repassadas pelo 2º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar, que identificou movimentações financeiras suspeitas associadas ao tráfico de drogas. O trabalho do Gaeco revelou indícios de uma organização criminosa que usava empresas de fachada e contas bancárias em nome de laranjas para ocultar a origem ilícita dos valores.
Fonte: G1 RS