Um impasse que já dura sete dias tem chamado a atenção às margens da BR-277, no trecho entre Céu Azul e Cascavel, no Paraná. Após sofrer um acidente e invadir uma propriedade rural, o caminhoneiro Valmir Adão Skrxpczak permanece com o caminhão atolado em meio a uma lavoura de feijão, impedido de retirar o veículo pelo proprietário da área, que exige o pagamento de R$ 22 mil para liberar a saída.
O caso aconteceu na terça-feira passada (27), quando Valmir, que saiu do Paraguai com destino a Cascavel, perdeu o controle da direção ao tentar desviar de outro veículo na rodovia. O caminhão carregado com trigo ultrapassou o acostamento e invadiu uma plantação particular.
Desde então, o motorista – que mora em Santa Rita, no Paraguai, e tem residência também em Santa Terezinha de Itaipu – está retido no local. Com medo de que a carga seja saqueada, ele permanece no caminhão mesmo durante o frio, recebendo auxílio de colegas caminhoneiros para se alimentar.
Segundo Valmir, o proprietário da área se recusa a liberar a retirada do veículo até que o valor exigido seja pago, mesmo após explicações de que o prejuízo será avaliado e tratado pela seguradora. A entrada da equipe da seguradora também foi negada.
Exigir pagamento imediato pode configurar crime
A atitude do proprietário da terra pode configurar o crime de “exercício arbitrário das próprias razões”, previsto no Código Penal. Mesmo que haja prejuízo material a ser reparado, a exigência de pagamento sob ameaça, sem decisão judicial ou intermediação legal, é considerada ilegal.
Valmir afirma não ter, no momento, condições de arcar com os R$ 22 mil exigidos, mas garante que não deixará o prejuízo sem solução. “Foi um acidente, não vou fugir da responsabilidade, mas a forma como estão lidando com isso está me impedindo de trabalhar e prejudicando ainda mais a situação”, desabafa.
Autoridades devem ser acionadas para mediar a situação e garantir os direitos das partes envolvidas, respeitando os trâmites legais. A permanência do caminhoneiro no local também representa risco para sua segurança e para a integridade da carga.
Fonte: Portal da Cidade / Rádio Atitude