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Moradores retiram mais de 55 corpos de área de mata após megaoperação policial no Rio de Janeiro

Mortes não constam do balanço oficial

Ao menos 55 corpos foram retirados por moradores do Complexo da Penha e levados até a Praça São Lucas, na madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro. Conforme relatos da comunidade, as vítimas foram localizadas em uma área de mata onde ocorreram intensos tiroteios entre policiais e criminosos.

Os moradores afirmam que essas mortes não constam na contagem oficial divulgada pelo governo estadual, que confirmou 64 óbitos — quatro foram policiais — durante a chamada Operação Contenção. Caso os novos números sejam confirmados, o total de mortos pode chegar a 120, o que tornaria a ação a mais letal da história do estado.

Os corpos foram reunidos na praça a pedido de familiares, para registro da imprensa, e cobertos com lençóis. Por volta das 7h40, equipes da Defesa Civil estadual chegaram ao local para fazer o recolhimento e encaminhamento ao Instituto Médico-Legal (IML). O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou que as circunstâncias estão sendo apuradas.

A operação, voltada ao combate ao Comando Vermelho (CV), contou com cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além da Força Nacional, com a meta de cumprir 100 mandados de prisão. Durante as ações, criminosos reagiram com tiros, ergueram barricadas e lançaram explosivos com o uso de drones — cenas que remeteram à ocupação do Complexo do Alemão, em 2010.

Ainda durante a ofensiva, uma mulher foi mantida refém por 26 homens armados na Vila Cruzeiro. Após a rendição, as forças policiais apreenderam 19 fuzis e efetuaram as prisões. O balanço divulgado ao fim da operação aponta 81 detidos, 93 fuzis apreendidos e 15 policiais feridos.

Até o momento, a Polícia Militar não se pronunciou oficialmente sobre a nova contagem de vítimas apresentada pelos moradores.

Fonte e fotos G1
Redação Portal DIário