Apesar da lei em vigor desde janeiro de 2025 que restringe o uso de celulares em instituições de ensino, uma pesquisa recente revela que a maioria dos estudantes do Ensino Médio continua levando os aparelhos para a escola e os utiliza em sala de aula. O levantamento, conduzido pela iniciativa Equidade.info em parceria com a Frente Parlamentar da Educação, aponta um desafio significativo na adaptação dos alunos às novas regras.
O Cenário Atual: Descumprimento da Proibição
De acordo com a pesquisa, 63% dos estudantes do Ensino Médio ainda frequentam a escola diariamente com seus celulares. Dentre esses, mais da metade (54%) admite acessar o aparelho durante as aulas. O uso não se restringe à sala, estendendo-se a pátios, banheiros e refeitórios, mesmo com a proibição de uso durante os intervalos. As exceções para o uso do celular são limitadas a fins didáticos ou pedagógicos com orientação profissional, inclusão de estudantes com necessidades específicas, ou em situações de perigo e força maior.
Receptividade Divergente: Professores x Alunos
A medida de restrição é amplamente apoiada pelos professores, com 40% se declarando totalmente contra o uso de celulares nas escolas e apenas 7% totalmente a favor. Entre os alunos, a percepção é oposta: 30% são totalmente favoráveis ao uso e somente 18% são totalmente contrários.
Os estudantes justificam o uso principalmente pela comunicação com a família (75%), seguida pela utilização de aplicativos de mensagem (53%), redes sociais (45%) e aplicativos de música (43%).
Desafios na Adaptação e na Comunicação das Regras
A pesquisa também destaca a dificuldade de adaptação dos alunos. Dados preliminares indicam que 57% dos estudantes estão tendo dificuldades para reduzir o tempo de tela, sendo esse índice ainda maior entre os alunos do Ensino Médio (60%). A “nomofobia”, o medo de ficar sem o celular, é uma preocupação crescente, levando a lei a prever espaços de acolhimento para estudantes e funcionários com sofrimento psíquico e mental.
Além disso, a comunicação das novas regras ainda é um ponto fraco. Apenas 56% dos estudantes afirmaram conhecer bem as restrições, enquanto 35% têm pouco conhecimento e 9% desconhecem completamente as mudanças. A pesquisa sugere que a falha na comunicação parte, em parte, dos próprios docentes: apesar de 91% dos professores terem recebido informações da gestão sobre a mudança, 27% não as repassaram aos alunos.
Guarda dos Aparelhos: Uma Questão em Aberto
Um dos maiores desafios apontados pelo estudo é a falta de locais adequados para guardar os celulares. Apenas 4% dos estudantes utilizam armários e 2% depositam os aparelhos em caixas na entrada da escola. A grande maioria (63%) ainda guarda o celular na mochila ou nos bolsos (59%), facilitando o acesso indevido.
O que você acha dessas descobertas? A proibição do celular na escola é uma medida eficaz para melhorar o aprendizado ou um desafio à comunicação familiar?
Foto: Reprodução / TV Globo
Com informações do G1