Criminoso já responde por tentativa de homicídio e usava tornozeleira eletrônica; investigação busca novas vítimas
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou nesta terça-feira a Operação Verdade Nua, com foco em desarticular um esquema de extorsão conhecido como “golpe dos nudes”, no qual criminosos usam identidades falsas de autoridades públicas para coagir vítimas a realizar pagamentos em dinheiro.
A ação ocorreu no município de Gravataí e foi coordenada pela promotora de Justiça Maristela Schneider, responsável pelo 2º Núcleo do GAECO – Região Metropolitana. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido com apoio da Brigada Militar e do cão farejador Tobias. A operação contou com a supervisão do promotor de Justiça André Dal Molin, coordenador estadual do GAECO.
Modus operandi: do flerte à extorsão com falsa identidade
O golpe começou com o criminoso se passando por um adolescente em busca de um relacionamento virtual. Após ganhar a confiança da vítima – residente no Nordeste brasileiro – e trocar mensagens íntimas, ele (ou um comparsa) assumiu nova identidade: agora se apresentava como procurador-geral de Justiça, afirmando que a família do suposto menor havia denunciado a troca de imagens.
O golpista então exigia dinheiro, alegando que o valor seria usado para “encerrar a investigação” e financiar tratamento psicológico ao adolescente. Diante das ameaças, a vítima desconfiou da veracidade da história ao notar que o DDD era 51 (região de Porto Alegre) e decidiu acionar o Ministério Público, evitando a transferência do dinheiro.
Golpista usava nome de autoridades para intimidar vítimas
Durante a investigação, o MPRS identificou que os criminosos vinham utilizando indevidamente nomes e imagens de autoridades como o procurador-geral de Justiça, além de juízes, promotores e policiais civis e militares.
“É importante destacar que nenhuma autoridade entra em contato com pessoas para exigir dinheiro. Isso configura crime e deve ser denunciado imediatamente”, alertou a promotora Maristela Schneider. Ela reforça que o objetivo da operação também é identificar novas vítimas e possíveis cúmplices envolvidos no esquema.
Medidas judiciais e histórico do investigado
Além do mandado de busca e apreensão, foram autorizadas quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, bem como o bloqueio de contas bancárias e chaves Pix utilizadas no golpe. O criminoso monitorado já possui antecedentes por tentativa de homicídio e outros delitos, e atualmente cumpre medidas cautelares com uso de tornozeleira eletrônica.
Orientações para se proteger e denunciar
O MPRS orienta a população a seguir cuidados simples para evitar cair nesse tipo de golpe:
- Desconfie de perfis desconhecidos, especialmente os com poucas informações e fotos.
- Evite trocas de fotos íntimas, principalmente com pessoas que não conhece pessoalmente.
- Peça videochamadas ou documentos para verificar a identidade de quem está do outro lado.
- Nunca envie dinheiro para desconhecidos.
- Agende encontros apenas em locais públicos e seguros, evitando situações de risco.
Caso suspeite de um golpe, a primeira medida é registrar um boletim de ocorrência.
No Rio Grande do Sul, denúncias também podem ser encaminhadas ao Ministério Público pelo e-mail [email protected], pelo telefone (51) 3295-1100 (em Porto Alegre) ou pelas Promotorias de Justiça do interior, disponíveis no site oficial: www.mprs.mp.br.





Fonte: Ministério Público do Rio Grande do Sul
Foto: Cid Martins | GABCOM/MPRS