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PF apreende pela primeira vez no Brasil barco semissubmersível usado para tráfico internacional de cocaína

Embarcação localizada no Pará revela sofisticação das rotas transatlânticas do narcotráfico; cooperação internacional foi essencial para a operação

A Polícia Federal realizou, no último sábado (31), a apreensão inédita de uma embarcação semissubmersível na Ilha do Marajó, no Pará. O veículo náutico seria utilizado para o transporte de cocaína do Brasil à Europa, revelando uma nova estratégia adotada por organizações criminosas no tráfico internacional de drogas.

A ação, realizada em conjunto com a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB), representa um marco nas operações de combate ao narcotráfico no país. Esta é a primeira vez que um equipamento desse tipo é interceptado pela PF em território brasileiro.

Segundo as autoridades, a apreensão é resultado de uma investigação que teve início após a detecção, em março, de uma embarcação semelhante nas águas de Portugal. Ambas teriam sido construídas na mesma região do Pará, com o objetivo de criar uma rota marítima clandestina para escoamento de entorpecentes rumo ao continente europeu.

A operação só foi possível graças à integração de esforços no âmbito da cooperação internacional. Agentes da Polícia Nacional da Espanha, da Polícia Judiciária de Portugal e da agência norte-americana DEA (Drug Enforcement Administration) contribuíram com informações de inteligência que permitiram a identificação e a localização do barco.

Nos últimos anos, organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho têm ampliado sua presença na Amazônia, aproveitando a vasta malha fluvial e as dificuldades logísticas da região para diversificar os caminhos do tráfico. A bacia do Rio Solimões tem sido uma das principais vias para o transporte da droga produzida na Bolívia, Peru e Colômbia.

Além de fomentar o tráfico internacional, essas facções impulsionam crimes ambientais, atuando diretamente no desmatamento e incentivando atividades ilegais como o garimpo na floresta amazônica.

A PF segue investigando os responsáveis pela construção da embarcação e sua conexão com redes de tráfico internacional. Ninguém foi preso até o momento.

Foto: Polícia Federal / Divulgação

Com informações de GZH