As mobilizações do movimento Securitização Já seguem intensas nesta sexta-feira (30) em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Na Região Celeiro, dois pontos concentram protestos significativos: na RSC-472, em Tenente Portela, e no trevo do Citegem, no entroncamento da BR-468 com a ERS-207, em Bom Progresso.
Em Tenente Portela, os agricultores se concentram no km 41 da rodovia, nas proximidades do Posto Hanauer, desde as 8h40min. Segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar, cerca de 70 pessoas e aproximadamente 50 veículos – entre tratores, caminhões e automóveis – participam do ato, que opera no sistema pare e siga. A expectativa dos organizadores é de que mais de 200 veículos se juntem ao protesto ao longo do dia.
O movimento, que conta com o apoio da ACISA – Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agronegócios de Tenente Portela, distribui material informativo aos motoristas e busca conscientizar a população sobre as demandas dos produtores. Está previsto ainda para a tarde um tratoraço pelas principais ruas do município.
Já em Bom Progresso, no trevo do Citegem – importante entroncamento com acesso a Humaitá – cerca de 40 manifestantes com 25 máquinas agrícolas também se mobilizam, embora sem bloqueio de trânsito. A orientação é que motoristas redobrem a atenção ao trafegar pelo local.
Mobilizações em todo o estado
De acordo com atualizações das forças policiais, diversas mobilizações ocorrem nas rodovias do Noroeste gaúcho, sem bloqueios totais até o final da manhã. Contudo, às 10h20min, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou o bloqueio total no km 191 da BR-158, em Cruz Alta. Já na BR-285, os protestos seguem com bloqueios parciais nos sistemas pare e siga nos km 498 (Entre-Ijuís) e 564 (São Luiz Gonzaga), com liberação a cada 10 minutos.
O movimento estadual prevê manifestações em mais de 40 pontos em todo o estado, com impacto inclusive no comércio de algumas cidades, onde estabelecimentos fecharam temporariamente em apoio aos protestos.
Reivindicação: Securitização das Dívidas
O principal pedido dos agricultores é a securitização das dívidas rurais – a conversão de débitos anteriores em títulos do Tesouro Nacional. A medida beneficiaria produtores de municípios em situação de emergência ou com perdas comprovadas por eventos climáticos extremos, permitindo pagamento em até 20 anos com juros, e possibilitando o retorno ao acesso ao crédito rural.
A proposta está no Projeto de Lei 320/2025, de autoria do senador Luiz Carlos Heinze, já aprovado pela Comissão de Agricultura do Senado e em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos.
Fonte: Rádio Alto Uruguai / MB Notícias
Foto: Rafael Moro, MB Notícias